6 de Junho de 2023

Retrato do setor das empresas de aluguer de equipamentos e maquinaria

Com a evolução e o crescimento do mercado da construção em Portugal, surge a necessidade de fazer um retrato do setor, com particular foco para o setor do aluguer de maquinaria e respetivas inovações e tecnologias.

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Hoje entrevistámos o director da área de portugal da LoxamHune, Hugo Filipe Fonseca:

Qual o balanço que fazem do último ano relativamente ao volume de aluguer de máquinas e equipamentos para construção em Portugal (face a anos anteriores)?

Hugo Filipe Director Área Portugal loxamhune 1-1

2022 foi excelente para a LoxamHune Portugal dado que apresentámos um crescimento superior a 30% face a 2021. Foi um ano em que superámos todas as expectativas, batendo recordes de contratos, propostas efectuadas e taxas de ocupação. Na LoxamHune temos a máxima de que os recordes existem para serem batidos e conseguimo-lo vezes sem conta, devido ao trabalho e ambição de uma equipa da qual me orgulho de fazer parte e liderar.

Tal deveu-se a factores externos como a evolução favorável na generalidade dos indicadores no sector da construção mas essencialmente a aspectos internos. Não foi por acaso que fomos Great Place to Work em 2022. Na nossa empresa valorizamos todas as pessoas que vestem a nossa camisola, razão pela qual temos a preocupação de as desenvolvermos e integrarmos no que é a nossa visão e estratégia. E as pessoas sentem isso, comprometendo-se, superando-se e vibrando com cada conquista colectiva.

E a magia de tudo isto é que esta energia passa para fora e influencia positivamente, garantindo a satisfação do cliente actual e potencial.

Ao nível de percentagem, quais os equipamentos/ ou categorias de equipamentos de construção, mineração e obras públicas mais alugados em Portugal?

A procura de equipamentos está directamente relacionada com a tipologia das obras. Neste momento, é do conhecimento geral que existem diversas obras de grande dimensão, como o Entreposto de Loures e o Mercadona de Almeirim, que apresentam uma enorme procura de plataformas a diesel e dos denominados multifunções. Tal cenário não apresenta grandes diferenças se analisarmos as necessidades da ampliação do Metro de Lisboa ou do Porto ou do Centro Comercial Colombo, por exemplo.

Mas não deixamos de ter inúmeros pedidos para plataformas eléctricas, escavadoras, cilindros ou geradores. Felizmente, o mercado está com enorme dinâmica e nós somos um parceiro preferencial de cada vez mais empresas pelo que as taxas de ocupação de quase todas as famílias atingem, como mencionado acima, constantemente, recordes históricos. Em termos de percentagem posso-vos dizer que a LoxamHune apresenta uma ocupação real (dias facturados e não em contrato) superior a 65% em todas as famílias. Deste modo, é fácil de perceber que, em algumas, as percentagens superam, facilmente, os 80%. Se pensarmos no tempo necessário para transporte de entrega e recolha das máquinas e para a sua manutenção e revisão adequadas percebemos o quão assombrosos são estes números. Porque importa referir que na LoxamHune todas as máquinas são alvo de inspecções rigorosas de modo a garantir a sua produtividade mas acima de tudo a segurança dos utilizadores.

Da vossa experiência, consideram que o mercado de aluguer de máquinas e equipamentos para construção civil está em progressão de crescimento ou de abrandamento?

O mercado de aluguer de máquinas e equipamentos está claramente em crescimento. Para se ter uma ideia em 2023 estamos 60% acima dos valores alcançados no ano anterior. Tenho a certeza que serão poucas as empresas que conseguem apresentar uma evolução desta grandeza.

Essa foi uma das razões (não a única) pela qual reforçámos a nossa posição em Portugal com a aquisição da HR – Aluguer de Equipamentos, empresa que considerámos ser bastante complementar à nossa.

Na LoxamHune pensamos a longo prazo e se estamos a investir em pessoas, máquinas novas e aquisição de empresas é porque não temos qualquer dúvida de que embora o nosso país sempre tenha tido uma cultura de posse as pessoas estão cada vez mais sensíveis às inúmeras vantagens do aluguer, como:

  1. Acesso às melhores marcas e modelos existentes no mercado
  2. Equipamentos tecnologicamente atualizados e com menores consumos
  3. Diminuição dos custos de aquisição e financiamento
  4. Manutenção incluída, o que implica ganhos financeiros e de eficiência
  5. Equipamento de substituição em caso de necessidade
  6. Frota diversificada e que cumpre com a legislação em vigor
  7. Benefícios fiscais

As dificuldades que algumas empresas do setor da construção civil estão a viver, muito agravado pelo aumento dos custos de matérias-primas e inflação, podem estar a levar ao aumento do aluguer de equipamento em vez da compra? Qual a vossa perceção do mercado em relação a esta questão?

Neste momento, e dadas as importantes obras que estão a ser feitas no nosso país, não se nota assim tanto essas dificuldades. Não obstante, é indiscutível que contribui para essa nova dinâmica no mercado. O valor de aquisição das máquinas tem subido de forma significativa, os prazos de entrega das mesmas são uma coisa nunca antes vista (ou imaginada) e a tesouraria das empresas apresenta maiores fragilidades razão pela qual os alugadores são, sem margem para dúvidas, a melhor solução. Compete-nos a nós continuarmos a evoluir na nossa oferta e serviço, de modo a contribuirmos para essa mudança de mentalidade. Não podemos ficar à espera de que factores exógenos façam esse trabalho por nós.

Com destino à descarbonização da indústria tem-se assistido à tentativa de algumas empresas de renovar os seus parques de máquinas por forma a mudar para equipamentos com motorização elétrica. No Vosso caso, já começaram esta transição? É uma preocupação da vossa marca?

A LoxamHune sempre se pautou por ser uma empresa preocupada com o ambiente, razão pela qual fomos a primeira empresa do nosso sector a medir e compensar a sua pegada de carbono. Ano após ano, a LoxamHune tem-se esforçado por reduzir o seu impacto, mostrando ser uma empresa 100% amiga do ambiente

Adicionalmente, não podemos ignorar que o nosso CEO (para Espanha e Portugal), Luis Ángel Salas, anunciou na recente Convenção Anual que “em 2022 a empresa levou a cabo um ambicioso plano de investimentos de mais de 50 milhões de euros para a renovação do seu parque de máquinas, focado sobretudo na compra de máquinas mais sustentáveis e com menores emissões de CO2, que já representa 61% da frota”. Somos uma empresa de presente e futuro e fazemos o nosso papel social.

Do vosso parque de máquinas e equipamentos para o setor da construção, qual o valor percentual de equipamentos elétricos?

Sensivelmente 60% da nossa frota tem o selo “Lox Green”, o que significa que estamos em linha com aquilo que foi definido pela empresa a nível ibérico.

Em Portugal, já existe uma procura significativas por estas soluções tecnológicas (máquinas elétricas)?

As pessoas ainda estão pouco sensíveis quanto a este tema, razão pela qual parte do nosso trabalho comercial reside precisamente na apresentação e explicação das vantagens associadas a estas soluções. É precisamente por não procurarmos apenas alugar uma máquina mas sim em sermos um parceiro, que está presente e aconselha, que ganhamos quota de mercado dia após dia. Nós sabemos que para uma parceria permanecer duradoura no tempo temos de cumprir com a nossa parte, ou seja, apresentar um serviço de excelência. É essa a nossa exigência em todas as fases do processo. Excelente acompanhamento comercial, excelente acompanhamento logístico, excelente acompanhamento técnico e excelente acompanhamento financeiro, sempre acompanhados de máquinas recentes. Sabemos que a perfeição não existe mas estamos focados em estar o mais perto da mesma, em todas as interacções com os nossos clientes.

No campo da transição digital, de que forma estão a está a trabalhar a digitalização dos vossos canais de comunicação para chegar a mais clientes?

Voltando à Convenção Anual, as linhas estratégicas foram definidas como: “continuar a fazer investimentos inteligentes, melhorar a eficiência em todos os aspectos do negócio e cuidar do cliente”. Actualmente, a digitalização é algo que está totalmente ligado a esta melhoria da eficiência. Todo o pessoal da empresa é encorajado a apresentar sugestões de melhoria e todas são analisadas. Os programas existentes são constantemente actualizados. E estamos constantemente a desenvolver novas análises dos nossos KPIs (Key Performance Indicators) para identificar onde podemos melhorar. O nosso objectivo é erradicar todas as tarefas que não acrescentem valor para o cliente e para o funcionário, pelo que as soluções digitais, como o nosso sítio Web, o blogue corporativo, o comércio electrónico e a intensa actividade nas redes sociais, são fundamentais neste processo. Temos de nos concentrar em potenciar as nossas vantagens competitivas para que o cliente possa também concentrar-se naquilo em que é realmente bom.

LoxamHune, muito mais do que um aluguer!